30.1.10

Two Weeks - Grizzly Bear





Save up all the days
A routine relays
Just like yesterday
I told you I would stay

Would you always
Maybe sometimes
Make it easy
Take your time

Think of all the ways
Momentary phase
Just like yesterday
I told you I would stay

Every time you try
Quarter half the mile
Just like yesterday
I told you I would stay

Would you always
Maybe sometimes
Make it easy
Take your time

20.1.10

Por dias andei sonhando com uma sala bem fechada, tapetes vermelhos.
Sentada na poltrona que dava costas a uma janela.
Allegro non troppo, piano
Tudo arrumado.

Passado alguns dias e algumas pessoas:
Um tapete de margarida, violinos..

sonho.

17.1.10

"Eternamente Sua" de Apichatpong Weerasethakul

Quando pensaram que tudo no cinema já foi feito, todas as histórias contadas, um novo cinema surge. Sou um profundo admirador e estudioso sobre o cinema contemporâneo asiático, posso atestar que estes filmes inovam com a linguagem e com uma narrativa sem igual.

Atualmente estou lendo um livro sobre ele e o seu cinema. É fascinante como as pessoas são hipnotizadas pelos seus filmes, a atriz Tilda Swinton escreve uma carta apaixonada para o editor do livro falando sobre o cinema de Joe. A carta é ótima, um verdadeiro atestado de amor ao cinema, vale a pena ler. Quando eu achar na internet, postarei aqui.

Pouquíssimas pessoas ou até cinéfilos conhecem o Joe (como gosta de ser chamado). O tailandês Apichatpong “Joe” Weerasethakul, se revela para o mundo por meio da atenta crítica francesa da Cahiers Du Cinema, entre suas listas de melhores filmes da cada ano, além do próprio festival de Cannes que premiou Joe duas vezes, a primeira pelo filme “Eternamente Sua” (Blissfully Yours) pela mostra Un Certain Regard e na segunda vez ganhando o Grande Prêmio do Júri por Tropical Malady, o terceiro longa de Joe. Faz parte do seleto grupo de cineastas asiáticos em ascensão.

Em alguns de seus filmes os personagens se confundem com possíveis variadas personalidades, mas o fantástico em “Eternamente Sua” fica mesmo por conta da linguagem estética, às vezes experimental e como a narrativa se desenvolve em torno desta.

na floresta

O filme começa com uma consulta num posto médico, onde a personagem descaradamente mente para a médica tentando arrancar um atestado médico para dispensa do trabalho e ficar livre a tarde, ela consegue. Apartir deste ponto acompanhamos Roong e seu namorado durante alguns afazeres diários e até quando partem para uns momentos sozinhos em um piquenique numa floresta tailandesa. Depois de aproximadamente quarenta minutos de filme (metade da película) o carro está na estrada e a câmera muda bruscamente em um dos planos, uma música festiva extra-diegética começa a tocar tão quanto os créditos inicias do filme aparecem na tela, como se o filme estivesse começando naquele momento, fazendo-nos ignorar o que tinha acontecido até então. Nesse momento percebi que o filme era especial e a cada minuto que se passava, eu me sentia mais hipnotizado pelos planos e pela narrativa lenta.

Na segunda parte do filme, na floresta tailandesa o tempo parece correr mais lentamente, de forma leve. Os dois chegam a um ponto no alto, um mirante, vemos a floresta Tai-Birmanesa de cima, neste mesmo local eles se sentam e armam o piquenique.

na floresta2

Joe preza pelo realismo quase documental, trabalha geralmente com não atores, mas também gosta de provocar o espectador, como em seu falso-documentário Mysterious Object at Noon, em que Joe manipula uma história que o povo conta com realismo, ou como no filme “Em Busca da Vida” de Jia Zhang-Ke em que o realismo do filme é quebrado com uma cena simplesmente surreal. Voltando a “Eternamente Sua”, uns símbolos e desenhos aparecem na tela, talvez uma forma de ilustrar o que o personagem comenta sobre a sua aprendizagem da escrita tailandesa e logo depois o desenho da menina com uma flor na mão enquanto ele acaricia sua namorada demonstrando afeto. As figuras que parecem ter sido feitas a mão e simplesmente sobrepostas ao negativo continuam a aparecer, as vezes com textos críticos ou brincando com os personagens, como se fossem feitos comentários extra-diegéticos sobre a obra para o espectador.

A linguagem que Joe aborda é sensorial, e nos faz sentir a natureza por completo, tanto humana quanto da floresta, os sons, a luz do sol frestada pelas nuvens e pelos longos galhos das arvores. A naturalidade do sexo também é explorada, com o casal que passeia pela floresta entre beijos e caricias. Joe muda o foco para Orn, que esta fazendo sexo também na floresta, apresentada a personagem, Orn posteriormente se junta a Roong e seu namorado, tomam banho no rio e armam novamente o piquenique. Mas é na cena em que Roong e seu namorado estão a beira do rio perto de Orn, em que ocorrem os momentos de intimidade do casal, cenas estas que foram censuradas pelo governo tailandês e em outros países. Deitados e descansando Roong retira o pênis de dentro das calças de seu namorado e o acaricia por um momento. Com planos um pouco mais abertos sentimos o ambiente hipnótico da floresta. Sobre o cinema de Joe, Bordwell disse: "Os filmes de Joe atiçam sua imaginação enquanto cativam seus olhos".

na floresta3

É desta forma que o filme acaba, Joe nos entrega uma obra reveladora, assim como os filmes que sucedem este, são eles: Tropical Malady, onde ele novamente brinca com a natureza humana entre um relacionamento homossexual e a dupla personalidade de um shapeshifter (meta-morfo). Em Syndromes and a Century, seu quarto longa, Joe se aprofunda na mudança de personalidade de alguns personagens numa realidade de tempo e espaço variável. “Eternamente Sua” é hipnotizante e surpreendentemente sensorial, uma ótima experiência.

Mauro Ramos. :: CineKabuki //

10.1.10

"... Todo grande filme é um documentário, escrevia Éric Rohmer. Ao dizer isso, ele entendia que uma obra só haure sua força na verdade da descrição dos personagens e do meio: que esta deve nos informar perfeitamente sobre o funcionamento do meio, com o fito de nos permitir aprender tudo sobre os personagens. (...)"

Jean Douchet, Cahiers du Cinéma 154, abril 1964.

Texto completo aqui no blog de traduções do Júnior.

6.1.10

estranho, um amigo novo.
- Ola. ainda muito bem educado naquele momento. Tenho para te mostrar apenas uma frase, uma frase de efeito:
Quando brotar, pense em mim; Com muito cuidado, com a terra da cova, transfira para local maior.


4.1.10

Culpa dos grileiros, do descaso político e da ignorância geral

Tá vamos interromper tudo! Já!
Os acontecimentos recentes... as águas... alguém me explica?
O Inácio postou no Cinema de Boca em Boca: "os braços dos rios estão tomando seus lugares".
Uma leitora sua contou:

"Sabemos que o Rio Tietê nasce na Cidade de Salesópolis. Minutos de Mogi das Cruzes. Em Mogi das Cruzes existe a Serra do Itapety. Fiquem sabendo que está em curso um projeto urbano de assentamento de 250 mil pessoas no entorno da montanha. A discussão do assunto tem sido local, quando deveria ser do interesse do Planeta. Divulguem."

pode ser lido aqui e aqui .

Como se não bastasse Angra, agora a notícia de São Luís do Paraitinga. E dá pra adivinhar quantos outros lugares que não tomamos conhecimento.

A Igreja da Matriz* já com as duas torres debaixo d'água e o mercado municipal à direita (Foto: Simone Figueira/Vc no G1)

*marcada com um círculo


E no mais novo blog do Júnior. Quem conhece a maneira como o Júnior escreve, assim como ocorre com o Inácio, sabe que são textos que possuem a amorosidade necessária. E quando o assunto é uma catástrofe coletiva assim com essa proporção, melhor que seja refletida longe da pieguice anestesiante encontrada nos telejornais e na imprensa escrita, que se tornaram verdadeiras novelas da vida real e servem a uma espécie de "distração".
Quem quer espetáculo que vá ver Avatar.

Não tem como ficar impassível diante da tragédia. Construir casas em volta de uma nascente de rio, do rio tietê, é assassinato...
Divulguem o texto da leitora do Inácio.

Pedestres

andantes