28.2.09

Contracampo, A Publicidade Venceu - louvação - Parte 2

Está quase virando questão de fé esse texto da Contracampo. Sem tentar encontrar culpados e, todos nós somos, na medida que não colocamos questões e dizemos: atá isso é uma merda e ponto, ou pior, atá isso é muito bom mesmo e ponto. Se a crítica faz ou não publicidade do que escreve não é o foco. E acaba fazendo sim, mas isso vai muito da credibilidade do receptor com a dita.
A inquietação do texto é com a cegueira ou negligência da crítica com filmes que trazem no discurso ideais e na estética as formulazinhas e soluções de linguagem disseminadas e sustentadas pela publicidade ao longo de décadas.
E se o pensamento institucionalizado, difundido nuns filmes, gera malefícios para a crítica de forma geral, porque arremeda uma postura viciada diante de alguns cineastas?
É o espectador que quer o cartão de crédito, com tudo que ele promete proporcionar, ser "bem sucedido".. ele sai alimentado de suas velhas certezas nesse emaranhado. Isso foi um parênteses meu, uma tendência minha, dificílima de ser abandonada, de levar tudo para o social assim.
Bem, mas não acho que seja a falta de um engajamento político por parte da crítica. Mas abster-se em comentar também pode ser visto como uma postura política. Só esperamos que a crítica exerça sua função em criticar atentamente sempre. Doe a quem doer.
E não é porque a grande maioria de publicitários do brasil resolveu fazer filmes - curioso no mínimo. Loucos enterrados até o pescoço em suas próprias fabricações.
Mas por negligencia ou preguiça, como diz Junior, a crítica, de forma geral, passa a mão sim.
Não enxergar um palmo diante de si é fazer publicidade. Está entregue, tal qual um casal cansado da união, mas acostumados não sabem viver de outra forma por medo. Isso foi o que eu tirei do texto. Embora ele tenha usado filmes nacionais para suas exemplificações.
A crítica contribui na construção de um cinema nacional sempre.
Um cinema desapegado da cifração, mas sobretudo atento ao que é fabricação perniciosa que ajuda na deformação das formas de vida. Aceitando um filme que faça isso sem ao menos revelar sua ingenuidade ou maledicência é um crime contra os de "coração puro" rs.
Espera-se que um crítico exerça a crítica e o cineasta lide com sua matéria prima com mais fascinação. Como acontece com o gênero documentário aqui- mil anos luz.
O cinema nacional tem que sair da fralda, só isso. Todos podem ajudar.

2 comentários:

Anônimo disse...

tentando dialogar com

http://daniel-caetano.blogspot.com/2008/07/ns-cinema-brazuca-em-situao-ps-colonial.html

Anônimo disse...

poucas coisas que almejamos para um conjunto, que envolve muita gente, deixa de ser utopia.

Pedestres

andantes